Boas vistas
segunda-feira, 26 de março de 2012
ALVITES
ALVITES
Vi a escória dos tempos escoar-se
entre uma oliveira
e outra oliveira.
Vi a agonia de um membro fracturado,
braço ou asa,
um olho que perde o viço.
Vi o intenso luar,
vi Rosebud.
Eu vi como
em Alvites se fabrica o mundo,
tão fácil como fabricar o pão.
A. M. Pires Cabral. Antes Que o Rio Seque. Assírio e Alvim. Lisboa. 2006. P:243-244.
Curiosidade ao negro
Amarelos
Porta
Casa do povo
Igreja
Casa senhorial 1
Casa senhorial 2
Portal do tempo
A vida de Alvites
"Janelo" para o mundo
Escada arriscada
Oliveira arisca
Combinação ao rubro...
com varanda.
O silêncio das mulheres.
Será que a andorinha sabe o futuro???
GRIJÓ, CASTELÕES E VILAR DO MONTE
GRIJÓ
OS VELHOS
Porque se demoram
os velhos de sal no rosto?
Sentam-se ao sol, escoram
o corpo ansiado nas bengalas.
Comem e riem sem gosto.
Entram na igreja e com gengiva nua
mansamente pedem e adoram.
Porque se demoram?
Aos tropeções na casa são fastio
os velhos de tão gasta serventia.
O que pensam quando passa mais um dia?
Porque parece que choram
sempre seus olhos de frio?
Porque se demoram?
A. M. Pires Cabral. Antes Que o Rio Seque. Assírio e Alvim. Lisboa. 2006. P:22.
CASTELÕES
VILAR DO MONTE- Igreja
OS VELHOS
Porque se demoram
os velhos de sal no rosto?
Sentam-se ao sol, escoram
o corpo ansiado nas bengalas.
Comem e riem sem gosto.
Entram na igreja e com gengiva nua
mansamente pedem e adoram.
Porque se demoram?
Aos tropeções na casa são fastio
os velhos de tão gasta serventia.
O que pensam quando passa mais um dia?
Porque parece que choram
sempre seus olhos de frio?
Porque se demoram?
A. M. Pires Cabral. Antes Que o Rio Seque. Assírio e Alvim. Lisboa. 2006. P:22.
CASTELÕES
VILAR DO MONTE- Igreja
MALTA- Macêdo de Cavaleiros.
É algo quase incongruente e impossível encontrar esta aldeia, perdida numa serra do nordeste transmontano, a Serra de Bornes, com um nome como o de MALTA, com associações lendárias aos Cavaleiros da Ordem de Malta e que tenha uma igreja, pequena, é certo, mas única na sua arquitectura. Quem vê fica espantado.
E só mesmo um transmontano nordestino será capaz de nos traduzir um pouco da mística emanada por tal local:
MALTA
Recatada numa dobra
da serra desabrida
como a pérola na ostra se contém.
Mas o bivalve, acautelado,
esconde e acalenta
o seu tesouro,
enquanto a serra o revela.
Basta para isso termos o olhar
fito nas vagas
além das névoas, da neve,
dos soutos, das giestas e das fragas.
A. M. PIRES CABRAL, Antes que o Rio Seque. Assírio e Alvim. Lisboa. 2006. P:246-247.
Este outro natural de Malta, cuja graça é Francisco António Carneiro, (por outros motivos notícia de jornal local) tem um ar de pureza e palavras sábias. Retira o chapéu para a fotografia e diz que o tempo vai como as pessoas do mundo: irado, desavindo, onde nem irmãos se dão bem, com ódios e invejas. Esta é a razão da seca que graça em todo o Portugal e que aqui, é bem mais sentida que nas cidades.
Já se rezou aos santos mais milagreiros que, esses, só saem dos seus nichos em alturas de grande aflição, como a seca que estamos a viver.
Exterior.
Sarcófago. à frente na base, forma zoomórfica.
Púlpito virado para o exterior, onde, na festa, se faz o sermão.
A forma zoomórfica.
Várias do interior:
Divino senhor Santo Cristo.
Pormenor do tecto.
Os dois altares
Talvez sejam estas as 5 tábuas quinhentistas com a Nossa Senhora, o cristo Ressuscitado, S. Cristóvão, S. Miguel e S, João Baptista, no altar da foto de cima.
Uma forma curiosa de rezar...
Pormenor do exterior.
Esta será uma terra para maiores e melhores prospecções.
MALTA
visito Malta essoutra ilha não
no Mediterrâneo aqui em Trás-os-Montes
concelho de Macedo ilha entre ilhas
comovente retirada casta e brava
visito Malta ilha a Nordeste
pendente algures dum contraforte claro
desta serra a Nordeste
em Malta a comovente vejo cabras
como em rebanhos de velho testamento
roendo cardos os mesmos de há milénios
visito Malta a bíblica a ilha
entre ilhas na serra enternecida
não sei se Malta é se foi ou há-de ser
A. M. PIRES CABRAL, Antes que o Rio Seque. Assírio e Alvim. Lisboa. 2006. P:39-40.
E só mesmo um transmontano nordestino será capaz de nos traduzir um pouco da mística emanada por tal local:
MALTA
Recatada numa dobra
da serra desabrida
como a pérola na ostra se contém.
Mas o bivalve, acautelado,
esconde e acalenta
o seu tesouro,
enquanto a serra o revela.
Basta para isso termos o olhar
fito nas vagas
além das névoas, da neve,
dos soutos, das giestas e das fragas.
A. M. PIRES CABRAL, Antes que o Rio Seque. Assírio e Alvim. Lisboa. 2006. P:246-247.
Este outro natural de Malta, cuja graça é Francisco António Carneiro, (por outros motivos notícia de jornal local) tem um ar de pureza e palavras sábias. Retira o chapéu para a fotografia e diz que o tempo vai como as pessoas do mundo: irado, desavindo, onde nem irmãos se dão bem, com ódios e invejas. Esta é a razão da seca que graça em todo o Portugal e que aqui, é bem mais sentida que nas cidades.
Já se rezou aos santos mais milagreiros que, esses, só saem dos seus nichos em alturas de grande aflição, como a seca que estamos a viver.
Exterior.
Sarcófago. à frente na base, forma zoomórfica.
Púlpito virado para o exterior, onde, na festa, se faz o sermão.
A forma zoomórfica.
Várias do interior:
De notar que este é o altar virado a sul, mais utilizado no dia a dia. Virado a oeste, em ângulo de 90º, neste igreja pequena (porquê 2 altares em V?), o outro altar da foto seguinte, onde está o padroeiro pousado no chão, ainda sobre um andor:
Divino senhor Santo Cristo.
Pormenor do tecto.
Os dois altares
Talvez sejam estas as 5 tábuas quinhentistas com a Nossa Senhora, o cristo Ressuscitado, S. Cristóvão, S. Miguel e S, João Baptista, no altar da foto de cima.
Uma forma curiosa de rezar...
Pormenor do exterior.
Esta será uma terra para maiores e melhores prospecções.
MALTA
visito Malta essoutra ilha não
no Mediterrâneo aqui em Trás-os-Montes
concelho de Macedo ilha entre ilhas
comovente retirada casta e brava
visito Malta ilha a Nordeste
pendente algures dum contraforte claro
desta serra a Nordeste
em Malta a comovente vejo cabras
como em rebanhos de velho testamento
roendo cardos os mesmos de há milénios
visito Malta a bíblica a ilha
entre ilhas na serra enternecida
não sei se Malta é se foi ou há-de ser
A. M. PIRES CABRAL, Antes que o Rio Seque. Assírio e Alvim. Lisboa. 2006. P:39-40.
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